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Entrevista com Matt Kelly, engenheiro da Dyson: Basta pegar na nossa tecnologia uma vez…

No início do Verão, a empresa britânica Dyson introduziu no mercado Português dois novos produtos – um aspirador sem fios e um humidificador com um sistema de desinfecção da água com luz ultravioleta. Leia sobre as suas características na página 97. 84 e 96, e muito mais, do engenheiro da Dyson Matt Kelly, que tem estado pessoalmente envolvido no desenvolvimento das tecnologias-chave por detrás da nova gama. Matt é tão sorridente, encantador e, sobretudo, jovem, é evidente que, em primeiro lugar, ser engenheiro e inventor é divertido e gratificante, e em segundo lugar, os produtos Dyson nascem na mente de pessoas tão jovens e “não merecidas”. Talvez seja esse o segredo da firma?

Polina STRIZHAK entrevistada.

Dyson

Matt Kelly, engenheiro de desenvolvimento da Dyson

“BT: Matt, o que é aquele caderno preto com que nunca se separou??

– Está cheio de segredos… Todos os engenheiros da Dyson têm um. Aqui estão todos os pensamentos, ideias e palavras – como tornar as coisas comuns mais convenientes e de maior qualidade. Temos de anotar tudo. Muito estimulante, muito estimulante. Mas não lhe posso mostrar o que há por aí. Quase um segredo de Estado!

Dyson

Aspiradores

“BT”: Por todos os seus méritos, os aspiradores sem fios Dyson não estão disponíveis para a grande maioria dos compradores Portuguêss. Compreendemos que os dispositivos têm o seu público-alvo, mas acha que existe uma forma de deixar a qualidade ao mesmo nível, mas torná-los mais acessíveis?? Será que os engenheiros da empresa têm este tipo de desafio??

– Compreendemos que os nossos produtos não são baratos, mas servem durante muito tempo e ao comprá-los uma pessoa investe no seu conforto durante muitos anos: é garantido que funcionam bem e mesmo que algo corra mal, o cliente recebe sempre ajuda rápida e competente por telefone ou pessoalmente. A Dyson investe somas enormes em investigação e desenvolvimento – £3 milhões todas as semanas – e planeia gastar £1,5 mil milhões no próximo ano. Trata-se de criar não apenas uma boa tecnologia, mas realmente de alta qualidade e verdadeiramente inovadora, como um aspirador de pó com um motor V6 controlado digitalmente que é muito pequeno, muito leve e muito rápido. Portanto, não há objectivo de tornar os produtos mais baratos, há um objectivo de trabalhar com qualidade dia após dia.

“BT: Matt, uma pergunta sobre o Prémio Dyson, criado para encorajar os jovens inventores e financiado pela Fundação James Dyson. Que invenções diria que são as mais originais, as mais invulgares, as mais relevantes socialmente ou as mais promissoras para os negócios??

– Eu não separaria os dois: um inventor pode certamente desenhar para processo, mas muitas vezes inspira-se em algo, tem uma ideia, e esta pode correlacionar-se com negócios, com um projecto comunitário, com qualquer coisa. Pessoalmente gosto de invenções que se relacionam bem com as nossas vidas quando uma solução simples e elegante para um problema quotidiano parece estar à superfície, mas apenas uma pessoa – o inventor – tem a intuição, o conhecimento e a imaginação para o ver, tirá-lo do mundo das ideias e torná-lo uma realidade. Há as caldeiras de água MIITO, por exemplo, que utilizam a indução. Apenas? Sim, muito! A tecnologia da indução já existe há muito tempo! Mas a sua utilização em caldeiras de água ajuda a resolver um grande problema doméstico e ambiental: como vê, utilizamos chaleiras eléctricas, elas têm uma enorme entrada de energia, e fervemos tanta água quanto não precisamos – por isso, consumimos constantemente electricidade extra e desperdiçamos água extra. O futuro pertence aos aparelhos que apresentam soluções simples, lógicas, eficientes e não convencionais para a vida quotidiana. Tal como, a propósito, são os produtos Dyson. Os adeptos, por exemplo, não mudam há quase 100 anos. O design das palhetas reinava supremo no mercado até que a nossa tecnologia de Multiplicador de Ar aparecesse. E depois pensámos – onde mais poderia ser utilizado?? E decidiu fazer um humidificador.

“BT: E como veio trabalhar para a Dyson?? Nós inventámos algo?

– Não, ainda não. Ainda sou mais engenheiro do que inventor, embora não se consiga separar completamente um do outro. A Dyson não emprega apenas inventores – então nada funcionaria com certeza, porque tem de trazer todos os conceitos “à mente”, é um esforço de equipa, por vezes uma tarefa bastante difícil. E é preciso estar preparado para o facto de que uma ideia pode não funcionar, que nem todas as tecnologias são boas e que nem todos os projectos são bem sucedidos. E para trabalhar para a Dyson, tudo o que tem de fazer é ter uma boa formação técnica, ser um especialista. A Dyson cria centenas de empregos todos os anos – uma grande parte dos quais são para engenheiros, designers, técnicos.

Dyson

Aspiradores

“BT: Apareceram no mercado Português análogos baratos dos aspiradores sem fio e dos ventiladores sem pá Dyson. O que de um ponto de vista técnico podem estes fabricantes poupar dinheiro em? Qual seria a diferença entre um produto Dyson e estes substitutos para o consumidor??

– Somos muito rigorosos em não infringir as nossas patentes e temos uma fábrica de alta tecnologia e de alto custo, por isso é claro que não é sequer quase impossível replicar a nossa tecnologia. Também testamos os nossos produtos – há pessoas especialmente treinadas que … os decompõem para descartar fraquezas. Por exemplo, um novo humidificador-ventilador foi testado para funcionar durante 41.000 mil horas, ou seja, 12 anos se usado 20 semanas por ano como um humidificador. É possível explicar longamente, qual é a diferença, como o consumidor ficará desapontado, tendo comprado uma falsificação, mas sugiro que se proteja assim: venha a qualquer loja onde haja um Dyson, tome em mãos a nossa técnica, experimente-a no negócio, compare-a com um analógico barato. Não é preciso ser engenheiro para apreciar a ergonomia, a eficiência dos aparelhos Dyson e o abismo que separa a nossa tecnologia dos substitutos. Trataria tais coisas com humor – uma vez que estamos a ser falsificados, fala muito, se não fossem os consumidores que inevitavelmente sofrem ao cair na armadilha dos fabricantes não tão decentes.

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João Pereira

Desde que me lembro, sempre fui fascinado pela beleza do mundo ao meu redor. Quando criança, sonhava em criar espaços que não apenas encantassem, mas também influenciassem o bem-estar das pessoas. Esse sonho tornou-se minha força motriz quando decidi seguir o caminho do design de interiores.

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Comments: 1
  1. Francisco Lima

    “Na entrevista com Matt Kelly, engenheiro da Dyson, ficou claro o potencial revolucionário da tecnologia da empresa. No entanto, para os consumidores comuns, fica a dúvida: será que uma única experiência com seus produtos é suficiente para comprovar sua eficiência? Seria interessante saber se a empresa oferece algum tipo de garantia ou política de devolução em caso de insatisfação, para podermos ter a certeza de que estamos investindo em algo que realmente valha a pena. Matt Kelly poderia nos esclarecer sobre essa questão?”

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